30 de agosto de 2009

O Santo Rebelde

Cabei de ver no Canal Brasil o altamente recomendado documentário Dom Hélder Câmara - O Santo Rebelde Direção de Erika Bauer. O filme conta a biografia deste eclesiasta que em sua época era, juntamente com o Pelé, um dos brasileiros mais conhecidos do mundo. Ele foi indicado a 4 Nobel da Paz em 70, 71, 72 e 73. Os três primeiros ele perdeu mesmo, mas o de 73 já tava no papo e ganha um doce quem descobrir porque ele não levou. Abaixo, deixo uma boa "meditação" de autoria do supracitado...

Loucura Sagrada - Dom Helder Câmara
"Sonhei que o Papa enlouquecia
E ele mesmo ateava fogo ao Vaticano
E à Basílica de São Pedro.
Loucura sagrada!
Porque Deus atiçava o fogo que os
Bombeiros, em vão, tentavam extinguir.
O Papa, louco, saia pelas ruas de Roma
Dizendo adeus aos embaixadores
Credenciados junto a ele
Jogando a Tiara ao tibre.
Espalhando pelos pobres, todos,
O dinheiro do banco do Vaticano.
Que vergonha para os cristãos!
Para que um Papa viva o Evangelho
Temos que imaginá-lo em plena loucura"

21 de agosto de 2009

Localismo e Psicanálise

γνῶθι σεαυτόν

Existe uma teoria em lingüística funcional (corrente de estudos lingüística iniciada láaáá atrás por Jakobson [1] [2]) que se chama hipótese localista. Trata-se de dizer que as palavras que falamos eram primordialmente, "no início" referentes de um mundo local, físico- isto é: etiquetas, as palavras serviam para rotular um mundo palpável - e a partir daí passaram para abstrações por uma metáfora que dizia respeito ao tempo, e em seguida metáforas cada vez mais abstratas, sendo o terceiro nível abstracional identificável a "noção". Todas essas idéias vêm de Heine et alii (1991). O exemplo que li, referia-se à preposições. Segundo estes estudiosos funcionalistas, a preposição (super prototípica diga-se de passagem) EM pode ter o sentido de "localização no espaço" como na frase: O livro está na mesa; o sentido de "localização no tempo": Em fevereiro estarei lá; e o sentido "localização abstrata, ou noção": Em verdade vos digo. Para estes estudiosos, há uma relação hierárquica de abstração entre esses três sentidos. Melhor dizendo, começando pelo menos abstrato, há graus de abstração cada vez maiores: Localização física no espaço, depois Localização no tempo e por último uma localização abstrata.
Resumindo, citando Heine et alii (1991): "organizamos o espaço através da língua e (...) por um processo metafórico falamos do tempo com as mesmas categorias do espaço" e "podemos visualizar as coisas no espaço à nossa volta, mas o tempo não".
Se as palavras forem espacialmente motivadas, seria nossa personalidade, psique (me desculpem, eu não entendo nada de psicologia e afins) também fisicamente motivadas? Quero dizer: Será que eu sou desse jeito devido a uma característica física minha, por exemplo ser alto ou baixo, magro ou gordo, etc ?

Imagem retirada daqui

12 de agosto de 2009

Bandeijinho


Dê bandeijinho para seus filhos

11 de agosto de 2009

trecho de um texto escrito por alguém que vive na velhice da humanidade

"(...) me lembro sem precisar fazer tanto esforço assim, de uma coisa a qual chamavam "ponto de ônibus". Ponto é ponto mesmo e ônibus era como se fosse um enorme carro que tivesse muitos lugares para as pessoas sentarem. Pagava-se pra entrar neste carro que passava sempre pelos mesmos lugares (esses lugares eram os pontos).
Era como se você estivesse andando pela rua e de repente, ao dobrar uma esquina, encontrasse, em uma calçada, um aglomerado de pessoas com a mesma expressão no rosto e olhando todos na mesma direção. Assim era o ponto de ônibus.
Incrivelmente, não perdiam a paciência com a fastidiosa espera - ou pelo menos, pareciam manter-se controlados. Ficavam ali, parados, esperando a vida passar junto com o ônibus. "

[UPDATE] vou usar esta tirinha do heneh para ilustrar este trecho

O cachorro Osvaldo

Hoje andava pelas ruas do Cambuí, em Campinas quando um cachorro veio latir em cima de mim. Ele me acompanhou por dois quarteirões latindo insistentemente. Um rapaz interviu: "ele não morde não". Continuei andando, não estava com medo, afinal não se pode ter medo de cães. Mesmo assim fiquei impressionado com essa atitude tão hostil de "Osvaldo". É. O cachorro se chamava Osvaldo! Belo nome. Pareceu-me - assim que soube seu nome através de uma criancinha que acompanhava saltitante o cachorro - pareceu-me então, fazer todo sentido ele ter esse nome. É o nome do meu pai!